O impacto das tarifas de Trump nas economias latino-americanas
- Lucas García
- 11 de jul.
- 3 min de leitura
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma nova onda de tarifas globais, apelidada de "Dia da Libertação", afetando mais de 60 países com taxas que variam de 10% a 44%.
Embora México e Canadá tenham sido temporariamente excluídos dessas medidas, impostos direcionados a setores-chave como automotivo, siderúrgico e alumínio já estão gerando ondas de choque nas economias latino-americanas. Este artigo analisa como essas políticas protecionistas impactam a região, desde a desaceleração do crescimento até as respostas estratégicas dos governos.
O México, principal parceiro comercial dos EUA na região, recebeu alívio parcial por não ser incluído nas tarifas recíprocas de 10%. No entanto, continua afetado por:
A tarifa de 25% sobre carros importados, que entrou em vigor em 3 de abril, afeta diretamente o setor. O México exporta 36,9% dos veículos que chegam aos EUA.
A possível rescisão do USMCA. Trump ameaçou pedir ao Congresso que rescindisse o acordo, citando um déficit comercial anual de US$ 300 bilhões com o México. A presidente Claudia Sheinbaum respondeu com o "Plano México", um pacote de € 14,1 bilhões para amortecer o impacto, embora analistas prevejam uma contração do PIB de até 1% em 2025 se as tarifas persistirem.
A grande maioria dos países latino-americanos recebeu a tarifa mínima estabelecida por Trump: 10%. Esses países são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
As exceções são a Nicarágua, com 18%, e a Venezuela, com 15%. Tarifas exclusivas e prévias sobre aço (25%) e alumínio (25%) são prejudiciais para países como Argentina e Chile, que exportam esses materiais para os EUA.
Os maiores mercados comerciais do mundo, China e União Europeia, receberam tarifas de 34% e 20%, respectivamente.
Além disso, medidas disruptivas já geraram:
Os mercados de ações latino-americanos caíram, acompanhando a volatilidade em Wall Street (o S&P 500 caiu 4,84% em 3 de abril).
Pressões inflacionárias, à medida que os custos de importação de bens intermediários (por exemplo, peças de automóveis) aumentarão, afetando as indústrias locais.
As tarifas de Trump intensificaram a incerteza global, com efeitos imediatos sobre o comércio e os investimentos na América Latina. Enquanto o México enfrenta pressão direta, outros países precisam se preparar para uma possível desaceleração da economia global.
Um sinal claro foi a queda no preço do petróleo bruto e de todas as ações de empresas de bens negociáveis e commodities.
Os preços do petróleo caíram 7% devido a temores de um declínio na atividade econômica global.
O preço do petróleo bruto caiu abaixo de US$ 70 o barril, impactando as ações das empresas de energia argentinas, que perderam entre 5% e 8%.
Os preços das matérias-primas caem devido à imposição de novas tarifas.
Os temores sobre o impacto econômico das tarifas cruzadas aumentaram, alimentados pela percepção de possível inflação mais alta e enfraquecimento do crescimento econômico.
Os preços caíram em todo o espectro de ativos do mercado de ações, desde petróleo bruto até ações de grandes empresas de tecnologia e empresas menores que investem exclusivamente em imóveis nos EUA.
O preço do petróleo bruto dos EUA caiu 7%, para US$ 66,67 o barril, na quinta-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, finalizou sua política tarifária global, o que os comerciantes viram como uma ameaça à demanda por petróleo bruto.
Os temores de uma guerra comercial global que poderia pesar nos mercados internacionais de combustíveis estão tendo um impacto significativo no WTI (West Texas Intermediate), a variedade norte-americana de petróleo bruto, embora a Casa Branca tenha declarado ontem que as importações de petróleo, gás e produtos refinados estavam isentas dos novos impostos.
O petróleo bruto Brent caiu 6,7%, para US$ 69,92.
Imediatamente após o anúncio do líder republicano, o valor das principais empresas petrolíferas dos EUA, como Exxon Mobil, Chevron e ConocoPhillips, registrou quedas limitadas, mas na quinta-feira, as perdas variaram entre 3% e 5% para essas empresas.
A OMC estima que essas medidas contrairão o comércio global em 1% em 2025, mas a capacidade de adaptação da América Latina determinará se a crise se tornará uma oportunidade.